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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Confira matéria com uma (or) fã de Michael Jackson

Karen Bhering Andrade nasceu em 1994. No ano seguinte, Michael Jackson fazia aquela que seria sua última apresentação em turnê. Quatro anos mais tarde, o pai dela, advogado e procurador do estado, doutor Maurício Bhering Andrade, apresentava Thriller à filha: “Na hora é claro que fiquei com medo, né? Tinha cinco anos”, lembra Karen. Mas bastou uma única música pra que ela se apaixonasse pelo maior ícone pop de todos os tempos. “Desde pequenininha... Comecei a ver os vídeos dele e a dançar como ele. Entrei em aula de street dance e a minha professora me deixava dançar no colégio vestida de Michael Jackson. Adorava fazer isso, me sentia perto, conectada com ele”, conta Karen, aos prantos.

Em março, ela ficou sabendo que Michael Jackson voltaria aos palcos com uma turnê que incluía 50 shows só em Londres. Não titubeou. Falou logo com o pai e se ofereceu até pra trocar a festa de 15 anos pela passagem para a capital inglesa com direito a ingressos para o show. O pai aceitou a negociação e resolveu que iria junto. Tentaram comprar os primeiros ingressos por todos os meios: a internet que dava pane no site do ticketmaster, acionistas de Londres e o American Express. E nada. Enquanto decidiam como comprariam ingressos, começaram a procurar voos. Não havia nenhuma companhia, nenhum vôo. Às vezes tinha a ida, mas não a volta, não tinha passagem via Paris, Miami ou Lisboa. ”Mas num lance de sorte, por causa de uma desistência, conseguimos um upgrade com milha pra ir e voltar juntos”, conta o pai, Maurício.

Confira galeria de fotos de Michael Jackson

Já que sorte pouca é bobagem, alguns dias depois ficaram sabendo que a estreia da turnê havia sido adiada. Entraram na internet e não só acharam ingressos para o primeiríssimo show, que seria dia 13 próximo, como acharam um preço camarada: 400 pounds na sessão 112, que é ao lado da pista, bem pertinho do palco. Ao contrário dos US$ 2 mil que estavam vendo por aí.

Estava tudo certo. Mas duas semanas antes, em 23 de junho, Karen sentiu algo estranho. “Estava com um pressentimento ruim. Do nada pensei ‘e se ele morre antes do show?’, minha mãe até perguntou o que foi, disse que era um pressentimento ruim, e falei que não sabia o que era, mas estava mentindo. Já tava sentindo isso, mas não quis acreditar”, lamenta Karen, que emenda sem conseguir conter a emoção: “Não estou acreditando que ele morreu. Tinha uma vida pela frente, com esses shows de agora ele ia conseguir recuperar o que perdeu, aquela vontade de entrar no palco, ele ia sentir tudo aquilo que tinha sentido antes. E eu ia ver. Faltava tão pouco”.

Beth Keiser - AP Photo


O sonho acabou e, desse não tem mais volta. No dia 25 de junho Michael Jackson morreu vítima de uma parada cardíaca. No dia 26 Karen faltou à aula: “Não conseguiria. Fiquei até três da manhã vendo as notícias e se fosse pra aula ia ficar chorando lá. Todo mundo ia falar disso”. Nesse mesmo dia, 24 horas após a morte do astro, o Ragga Drops foi até a casa de Karen e a cena era mesmo triste. Entre fotos, desenhos, biografia, CDs, DVDs, os comprovantes de compra das passagens pra Londres e o ingresso do show, ela chorava pela perda do ídolo. A irmã mais nova, Brenda, chorava pela morte do (nem tão) ídolo e pela dor da irmã. E a mãe, Nilber, chorava por ver as duas filhas chorando. O pai segurava as pontas e tentava pensar na lição de vida que isso vale, enquanto tentava convencer a filha a manter os planos da viagem e ir pra Londres, nem que for pra assistir ao musical Thriller, que conta a vida do astro.

Vai passar. A gente sabe. Mas chorar também é bom. Alivia... E Michael Jackson, cá entre nós, entra para o mesmo hall de imortais já ocupado por Elvis Presley e John Lennon. Confira a conversa com Karen, que agradece a chance de desabafar, e que representa toda uma legião de fãs:

Como ficou sabendo que ele morreu?

Meu pai disse que ele teve um ataque do coração. Falei “Pai, você tá brincando, né?” Estava jantando, subi correndo porque não estava aguentando, queria saber. Entrei no MSN e todos os nicks falando que ele morreu. Entrei em choque, não sabia como reagir. Mesmo sem a confirmação não consegui me acalmar. Eu gritava... Aí veio a confirmação e as pessoas começaram a me ligar, porque sabem que sou fã. Não conseguia acreditar. Até agora não consigo. Faltavam 18 dias pra eu ir ao show dele. Eu ia pro show.

Quando e como ficou sabendo do show ?

Quando abriram as vendas na internet. Fiquei louca por não ter conseguido comprar quando abriu. Precisava ir nesse show. E ia perto do palco! Estava muito feliz! Como acontece isso? Parece que uma parte de mim morreu com ele.

Por que ser fã de Michael Jackson?

Com certeza ele mudou o mundo. Não existe pessoa igual a esse cara. Ele dança, canta, produz, ele inventou todos aqueles passos... Não tem nenhuma pessoa que mudou o mundo igual a ele.

Carlos Hauck
Karen Andrade é uma das maiores fãs de Michael Jackson e iria ao show do astro em Londres


O que ele tem que os outros não têm?

Tudo. Ele tem alma, coração... Essas bobagens que o povo fica falando dele estuprar crianças é tudo mentira. É porque ele sofreu muito com o pai, quando era criança e, por isso, gostava muito de crianças. Só por isso começaram a imaginar essas coisas. Tenho certeza absoluta que ele é inocente. Tenho a biografia dele, muitas coisas, porque sou muito fã.

O que ele significava pra você?

Tudo. Ele era um exemplo e me inspirava nele. Foi um anjo que Deus enviou. Ele alegrava todo mundo. Ele é o cara.

O que ele significava pra música?

Nossa... Ele era o rei do pop. Sempre vai ser o rei do pop. Ninguém vai mudar isso.

O que vai mudar daqui pra frente? Se compara à morte de John Lennon ou Elvis Presley?


Agora que ele morreu todo mundo vai ficar imaginando como seria o show de Londres e o que ele ia fazer. Todo mundo vai ficar pensando “eu ia nesse show”. O Michael não só cantava quando entrava no palco. Dava 100%, dançava... Os Beatles são ótimos, gosto deles também, mas o Michael Jackson amava sinceramente o que fazia. Ele estava ensaiando de seis a dez horas por dia pra fazer o show de Londres. Ele é um ícone, inspira muitas pessoas, será sempre lembrado por todos. Não tem uma pessoa que eu conheça que não saiba quem é Michael Jackson.

Você sabia coisas da vida particular dele, como o nome da mãe ou o signo?

Sabia pouco. Sempre quis ser amiga dele pra conhecer tudo, porque tudo que falam dele é um mistério, ninguém sabe se é aquilo mesmo. Então, não sei em quem acreditar, por isso sempre quis ser amiga dele. Pra saber realmente o que aconteceu na vida dele. É claro que sei muita coisa, mas pode não ser exatamente a verdade. Mas não tive oportunidade de vê-lo, tentar conversar com ele...

Tem uma música preferida dele?

Não. Amo absolutamente todas. Não tem nenhuma que não goste.

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