Abre-se a porta da produção do Cirque du Soleil para a vida e obra de Michael Jackson mas o primeiro indicador - a banda sonora - não desperta grande apetite.
Podem fazer-se mil variações das canções de Michael Jackson que o título desta banda sonora para o espectáculo do Cirque du Soleil será sempre uma redundância; ele é, com muita probabilidade, o artista mais transversal de todos os que algum dia ousaram criar.
Apesar de morto, a sua obra nunca estará concluída porque haverá sempre que sem dedique a relê-la ou recontextualizá-la. «Immortal» encaixa na segunda gaveta, servindo de documento auditivo a uma produção estreada este ano.
Por enquanto, a recriação da sua vida em palco esteve apenas acessível a público norte-americano e canadiano mas há-de chegar a vez da Europa e quando isso acontecer, já saberemos em que consistem estas «reimaginações».
E, por aí, muitas reservas. O abuso de cordas mais dignas de arranjos easy listening é pouco exigente. Esperava-se algo mais aproximado de uma mixtape mas «Immortal» é feito sobretudo a pensar em Las Vegas.
Excepções como «Dancing Machine» apontam um caminho que acaba esmagado por medleys e interlúdios. Há um guião para cumprir, sem dúvida, mas o apetite diminui após este amuse bouche sensaborão.
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