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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Raridades de Michael

Entre as contradições que marcavam o temperamento de Michael Jackson, uma o acompanhou durante quatro décadas de show business: a exigência. Os discos eram superproduções. É por essas e outras que Michael, o álbum póstumo que chega às lojas hoje, deve provocar certa desconfiança. Nos 40 minutos de raridades, quase não se encontra vestígios desse perfeccionismo.

Desde o irregular Invincible (2001), o astro pop não lançava um registro com faixas inéditas. Nesse hiato, compôs, alugou estúdios, arriscou parcerias com celebridades pop como Will.i.am (do Black Eyed Peas), Lenny Kravitz e o rapper Akon, com quem gravou em 2007 o dueto para Hold my Hand, que abre a nova coletânea.

O acordo assinado entre a Sony Music e os administradores do espólio de Michael, que morreu em 2009, prevê sete álbuns com material inédito. De acordo com a família do músico, que desaprova a coletânea, o astro arquivava cerca de 300 gravações, a maioria sem o polimento que tanto prezava.

Desde o anúncio do disco póstumo, em novembro, esse legado provoca polêmica. A mãe, Katherine, disse que muitas das faixas de Michael foram interpretadas por um imitador. A Sony negou a acusação e garantiu a autenticidade das gravações. Entre as 10 músicas, a mais recente é Best of Joy, escrita e gravada em 2009. Duas delas, Behind the Mask e Much Too Soon, datam do início dos anos 1980, e foram maquiadas por efeitos digitais. Will.i.am, fã e colaborador de Jackson, considerou o lançamento “desrespeitoso”. Jody Rosen, da edição americana da Rolling Stone, foi mais longe: “Ele não teria lançado uma coletânea como essa”, criticou .

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