As gravações da voz de Michael Jackson num álbum novo que está sendo lançado esta semana estavam longe da qualidade ótima desejada e precisaram de muito aperfeiçoamento digital, revelou um dos principais produtores do disco.
Mas Teddy Riley, que trabalhou com o Rei do Pop em vários álbuns, acha que o álbum "Michael" vai virar um clássico, apesar de não equiparar-se à qualidade da época áurea de Jackson, no final dos anos 1970 e início dos anos 1980.
"Precisei processar mais a voz, e é por isso que as pessoas estão questionando a autenticidade dela", disse Riley à Reuters, falando do primeiro álbum de materiais novos de Michael Jackson desde a morte repentina do cantor, 18 meses atrás.
O projeto está cercado de controvérsia desde que alguns familiares de Jackson questionaram a autenticidade da voz em algumas das faixas, segundo foi divulgado, e o advogado do pai de Jackson disse que o cantor, que era um perfeccionista, jamais teria desejado que a música fosse lançada.
"Ele (Jackson) não teria visto isso como o vocal final", disse Riley. "Mas, como não está mais conosco, ele não pode nos dar novos vocais. O que fizemos foi usar a tecnologia Melodyne para colocá-lo na afinação certa."
"Com o Melodyne, elevamos o tom da voz, e é por isso que alguns dos vibratos soam um pouco desafinados ou processados demais. Pedimos desculpas por isso, mas o que vocês ouvem ainda é o verdadeiro Michael Jackson."
Riley trabalhou em três das dez canções do álbum - "Hollywood Tonight", "Monster" e "Breaking News".
As duas últimas, além da faixa "Keep Your Head Up", foram gravadas em 2007 na casa da família Cascio em Nova Jersey.
Foram essas as gravações que levaram algumas pessoas a colocar em dúvida a autenticidade das canções, mas Riley e a gravadora Sony se esforçaram para comprovar que as canções são genuínas.
Indagado se concordaria em produzir outros materiais póstumos de Michael Jackson, Riley respondeu:
"Se a decisão couber a mim, sim, eu toparei me envolver em qualquer coisa em que Michael tenha trabalhado. Estou aqui para servir a meu amigo."
Entre os temas que Michael Jackson trata no novo álbum estão a sede de fama e o preço alto que se paga por ser um astro.
Em "Hollywood Tonight", ele descreve as experiências verídicas de um amigo anônimo que parte para Los Angeles aos 15 anos de idade para fazer sucesso no cinema, e em "Monster" ele canta sobre os paparazzi.
As resenhas de "Michael", que chega às lojas britânicas na segunda-feira e nas dos EUA na terça, têm sido de modo geral positivas.
É o primeiro álbum de material novo de Jackson desde "Invincible", de 2001, e o primeiro de um suposto contrato de 250 milhões de dólares que teria sido fechado entre a Sony e os executores do espólio de Jackson para o lançamento de dez álbuns até 2017.
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