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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Filhos de Michael Jackson assistiram à morte do músico

Dois filhos de Michael Jackson presenciaram as várias tentativas de reanimação do artista, momentos depois deste ter sido encontrado já inerte no seu quarto, revelou esta quarta-feira a segunda testemunha do caso, Alberto Alvarez. Está a decorrer num tribunal de Los Angeles o inquérito preliminar judicial do processo que acusa de homicídio involuntário o médico pessoal do músico, Conrad Murray.

No segundo dia em que o médico pessoal subiu ao banco dos réus, Conrad Murray viu-se de novo incriminado por ter demorado demasiado tempo a chamar os paramédicos e por ter negligenciado informação médica crucial. No entanto, a presença de Prince e Paris, respectivamente com 12 e 11 anos na altura, tornou-se pela primeira vez conhecida.

«Paris gritou "Papá!" e começou a chorar. O doutor disse-me "leve-a, não os deixem vê-lo assim"», declarou Alberto Alvarez, um dos guarda-costas do artista, chamado a depor na segunda audiência do julgamento da morte do cantor de 50 anos.

Durante o depoimento que prestava frente ao Tribunal de Los Angeles, Álvarez revelou ainda que era a única pessoa que se encontrava com o dr. Conrad Murray até que Paris e Prince Jackson entraram. Nesse momento, o guarda-costas de 34 anos disse que se concentrou em tentar tirar as crianças da habitação.

Testemunhos voltam a culpar Murray

Depois do chefe da equipa de segurança, Faheem Muhammed, ter acusado Conrad Murray de ter demorado demasiado tempo a assistir o cantor de 50 anos e não ter realizado, de maneira correcta, os procedimentos de reanimação, as declarações das testemunhas chamadas esta quarta-feira a depor voltam a não abonar em favor do antigo médico pessoal de Jackson.

Murray viu-se, assim, de novo acusado de ter recolhido provas no local - como frascos de medicamentos uma bolsa intravenosa - antes de pedir uma ambulância e de ter omitido que o artista se encontrava sob efeito do poderoso anestésico propofol, fármaco unicamente usado em cirurgias.

Quando chamado a depor, Alvarez declarou ainda que Murray disse que Jackson estava a ter «uma reacção alérgica» e ordenou que levassem as embalagens de medicamentos e uma bolsa para administração intravenosa com uma «substância leitosa» antes de chamar os paramédicos, referiu a agência Reuters.

«Posteriormente, pegou nalgumas garrafas e frascos e ordenou-me que os pusesse dentro de um saco plástico», contou, citado pela agência noticiosa.

Por sua vez, a segunda testemunha da audiência, o paramédico Richard Senneff, disse ter encontrado Michael Jackson já completamente imóvel e que, quando perguntou a Murray que tipo de medicação tinha administrado ao artista, este nunca mencionou o uso de propofol, apenas o de Lorazepam.

Senneff acrescentou ainda que a explicação de que estava a tratar Jackson por desidratação e exaustão e de que o artista tinha apenas desmaiado «não fazia sentido». O paramédico diz recordar-se de como o corpo de Jackson estava já firme e frio e que tudo indicava que o coração do cantor de 50 anos já tinha parado há mais de 20 minutos.

O antigo médico pessoal de Michael Jackson, que poderá enfrentar uma pena de quatro anos caso seja considerado culpado do homicídio involuntário do cantor, nega todas as acusações.

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